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Conversas P'ra Mesa com Matilde Carvalho

Vamos falar sobre Mitos na Gravidez!


Quem é a Matilde?



Sou a Matilde Carvalho, nutricionista e mestranda em Nutrição Humana e Metabolismo. Sou natural do Porto e é aqui mesmo que atualmente estou a trabalhar na área da nutrição materno-infantil.

Adoro ler, viajar e fotografar.



Sabemos que a gravidez é uma fase muito especial para as famílias. Mas também uma fase onde surgem muitas dúvidas, e inevitavelmente muitos palpites. Se pudesse dar um conselho relativamente a isto, a uma mulher grávida, o que dizia?

Diria que é importante a mulher confiar primeiramente em si mesma e no seu instinto maternal. A gravidez é uma fase única e apesar de ser normal querer ouvir palpites e conselhos de outras pessoas, é importante entender que cada mulher e cada gravidez são diferentes. Frequentemente surgem dúvidas, mas é importante procurar os profissionais de saúde adequados para responder às mesmas.


Associados a estes palpites, surgem muitas vezes alguns mitos, que gostaríamos de esclarecer!


Começando por aquele que ouvimos mais vezes: A mulher grávida deve comer por dois?


Não deve comer por dois, mas sim para dois (ou três, quatro ou cinco no caso de

gestações gemelares). Embora haja um aumento nas necessidades calóricas da

gestante, este deve ser adequado a cada trimestre e ponderado consoante o peso da mesma antes de engravidar. A importância da alimentação nesta fase da vida é significativa, sendo uma janela ótima para a otimização do estado nutricional da mulher e do futuro recém-nascido, como tal, é sempre importante procurar um profissional de saúde de forma a obter orientações específicas e adequadas à grávida em causa.



A mulher só pode engordar 10kg durante a gravidez?


O ganho de peso na gravidez é absolutamente natural uma vez que além do aumento da gordura corporal da mulher, existe também o aumento do peso do próprio bebé, da placenta, do líquido amniótico, do volume sanguíneo e do tecido mamário. O acréscimo de peso recomendado será sempre de acordo com o peso da mulher antes da gravidez pelo que não existe um único número de quilogramas estipulado e aplicável a toda a população gestante.



A grávida não pode comer fruta isolada, porque fica com diabetes gestacional.


O período de gestação está associado a um aumento de resistência à insulina e a casos de hiperinsulinemia o que agrava a predisposição das gestantes para desenvolver diabetes gestacional (DG). No entanto, existem fatores de risco que podem contribuir para a probabilidade de uma mulher grávida vir a desenvolver DG, nomeadamente o índice de massa corporal prévio à gravidez, pertencer a certos grupos étnicos, a idade, ter antecedentes familiares de Diabetes Mellitus ou historial pessoal de DG, ter historial de filho(s) com macrossomia (>4500g) e o facto da gravidez ser gemelar. Como podem ver, em nenhum dos fatores se insere qualquer alimento, em conjunto ou isolado :)



Existem os desejos da grávida, ou é apenas um mito?


Na verdade, não existe evidência científica que comprove a existência destes desejos nem o porquê de existirem, mas são sem dúvida algo que muitas mulheres relatam durante a gravidez. Muitos acreditam que estes desejos possam estar relacionados com mudanças hormonais, necessidades nutricionais durante a gravidez ou com o simples aumento do apetite. O mais importante é equilibrar a existência destes desejos com uma alimentação saudável e garantir a nutrição adequada à mãe e ao seu bebé.



O bebé não tem contacto com os sabores daquilo que a mãe come?


Durante a gravidez, há passagem de vários nutrientes da alimentação da mãe para o feto através da placenta, o que inclui os sabores dos alimentos. O bebé acaba por ter contacto com os sabores devido à ingestão de pequenas quantidades de líquido amniótico e esta exposição precoce pode influenciar as preferências alimentares do bebé no futuro, facilitando a aceitação de certos sabores durante a introdução alimentar. Este fator acaba por ser muito interessante particularmente para sabores amargos, como por exemplo o dos vegetais, tornando-os possivelmente mais aceitáveis se a mãe consumir estes alimentos regularmente durante a gravidez.



Há algo mais que queira acrescentar sobre este tema?


A meu ver existem dois pontos importantes a reter: 1) A grávida não deve valorizar todos os palpites que são dados durante a gravidez pela família e/ou amigos e se entender pertinente, deve procurar validação dos mesmos com profissionais adequados; 2) Entender que todas as grávidas e gestações são diferentes e se a grávida sentir que deve procurar apoio e ajuda em qualquer altura ou sobre qualquer tema, deve procurar fazê-lo (com as pessoas indicadas claro :))!



Obrigada, Matilde Malafaia de Carvalho!



Comida que podia comer para o resto da vida: Arroz de Costela Mendinha da minha Mãezinha


Livro favorito: As Sete Irmãs de Lucinda Riley


Viagem de sonho: Hawaii e Mochilão pela América do Sul


O sonho que ainda falta concretizar: Ter o meu próprio negócio e ser mãe


Hábito ou mania que ninguém compreende: Prefiro sempre os cantinhos do pão que têm menos côdea por serem mais crocantes


Se quiserem conhecer melhor a Matilde, sigam-na em @matildemcarvalho.nutricionista

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